A área de recursos humanos foca-se na gestão das pessoas. Atualmente, é cada vez mais falada nas redes sociais. Aos poucos, as empresas perceberam a contribuição fundamental da área no sucesso global da empresa.
Historicamente, era vista como uma área mais burocrática, pouco orientada para resultados e pouco relevante na estratégia empresarial. No entanto, nos dias de hoje o potencial desta área é enorme e as empresas já reconhecem que é uma peça fundamental para a criação de um negócio estável e com sucesso no longo prazo.
Nos últimos anos, tem vindo a acontecer uma mudança na abordagem dos recursos humanos. Com a pandemia, os métodos de trabalho e o funcionamento das empresas teve de mudar radicalmente, para que estas conseguissem cumprir as normas de segurança sem comprometer a saúde do negócio. Assim, os profissionais de recursos humanos à volta do mundo mostraram porque é que são o coração de uma empresa: rapidamente se ajustaram de forma a garantir que todos os membros tinham aquilo que era preciso para fazerem o seu trabalho.
Existem várias tendências que parecem moldar os próximos anos desta área fulcral de qualquer sucesso empresarial.
Primeiramente, existe já uma forte preocupação com a retenção de talento, já que as empresas tendem a investir bastante na formação e acomodação dos seus profissionais. Assim, é muito caro para as organizações perder as pessoas nas quais investiram e ter de formar novos para ocupar o lugar deixado, pelo que a preocupação com o bem-estar e felicidade do trabalhador parece ser algo que será cada vez mais uma prioridade nas empresas.
Outra tendência que já se vê nalgumas empresas e que provavelmente irá afetar mais indústrias, trata-se da contratação por atitudes e comportamentos em vez de qualificações. Embora a formação académica seja importante pelos conhecimentos técnicos que dá às pessoas, as empresas começaram a perceber que as chamadas soft skills e valores de uma pessoa podem ser bem mais difíceis de ensinar do que a parte mais técnica.
Sendo o recrutamento uma das tarefas mais relevantes nesta área, é importante garantir que as ferramentas utilizadas nestes processos acompanham a evolução da tecnologia, dando ao candidato uma experiência que tão cedo não se irá esquecer. Na verdade, a tecnologia é uma forte aliada dos profissionais de RH, sendo uma das tendências crescentes a utilização de inteligência artificial, especialmente na fase de triagem dos candidatos. Através desta tecnologia, é possível agilizar a seleção e reduzir custos de contratação, já que são ferramentas que vão além de uma filtração que ATS podem fazer, visto que têm a tal capacidade "inteligente", que lhes confere uma capacidade de análise mais complexa e participar ativamente em todas as fases do processo.
Ainda nesta linha de simplificação dos processos, temos as famosas plataformas ATS (Applicant Tracking Systems), que são, essencialmente, um software para gestão do processo de recrutamento e seleção. Estas plataformas agilizam o screening inicial dos CVs, permitindo o armazenamento, leitura e classificação dos currículos dos candidatos mediante critérios que definem para cada função procurada. Este tipo de software permite, assim, uma eliminação prévia dos perfis que mais se afastam daquilo que a empresa procura. Além das vantagens de custos, acrescenta-se ainda o facto de evitar a sobrecarga dos recrutadores com tarefas demoradas e sistemáticas que são mentalmente exigentes para o profissional. Desta forma, é possível otimizar a produtividade do mesmo e permitir que se foque também na retenção dos colaboradores e garantir o alinhamento dos objetivos do seu departamento com a visão estratégica global da empresa.
Ainda referente ao processo de recrutamento, tem-se observado um aumento da informalidade quer dos ambientes de trabalho, quer das dinâmicas ou entrevistas ao longo do processo. Atualmente, os jovens facilmente se adaptam a quaisquer processos tecnológicos e para que as empresas consigam atrair esta geração, ter uma postura excessivamente formal pode diminuir a atratividade da mesma perante o candidato.
Assim, de forma a captarem trabalhadores com ideias inovadoras e acomodar as suas preferências por ambientes mais flexíveis, têm adaptado também as condições de trabalho. Algumas das medidas passam por oferecer um regime híbrido em que os trabalhadores podem organizar as suas tarefas consoante as suas horas de produtividade, assim como remodelar os escritórios de forma a criar espaços de lazer e relaxamento para os colaboradores.
Nos últimos anos a popularidade da plataforma do LinkedIn explodiu, sendo cada vez mais uma parte importante da informação recolhida acerca de cada candidato. Na verdade, temos já defensores que, brevemente, deixarão de ser necessários CVs na maioria das áreas e as empresas irão simplesmente recorrer ao LinkedIn para conhecer o nosso percurso. O recrutamento social é uma nova abordagem para captação de talento, em que os profissionais de RH contactam diretamente pessoas com um perfil atrativo.
Outra ferramenta fantástica proveniente da evolução tecnológica, é a realidade virtual, que é já utilizada em formações, processo de integração e até no recrutamento. Desta forma, é possível apresentar vários cenários e dar aos colaboradores ou candidatos uma experiência mais imersiva, permitindo uma análise de comportamento mais realista e uma aprendizagem mais eficaz.
Concluindo, podemos ver que o ramo dos recursos humanos tem várias cartas na manga que irão revolucionar os processos de recrutamento que conhecemos hoje. Felizmente, a tecnologia está aqui para auxiliar os profissionais de RH e simplificar processos que são bastante exigentes a nível de tempo e concentração. Desta forma, o trabalhador consegue direcionar o seu tempo para outros objetivos estratégicos e, no fim do dia, temos uma empresa com um departamento de recursos humanos mais produtivo e com menores custos de contratação. É importante notar que todas estas tendências permitem atingir um objetivo principal: permitir condições de trabalho mais flexíveis e processos menos exaustivos porque, no fim do dia, nada importa se os nossos colaboradores não estão felizes e saudáveis.
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